quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Ulisses, James Joyce, 1922.

"Cerca daquele presente tempo o jovem Stephen encheu todas as taças que estavam vazias de modo tal que pouco teria ficado se os mais prudentes não se tivessem afastado da aproximação dele que tanto diligenciava e que, orando em intenção do sumo pontífice, os exortou a brindar ao vigário de Cristo que, conforme disse, tamém é o vigário de Bray. Ora agora bebamos, disse ele, desta taça e tragai este hidromel que do meu corpo não é certamente parte mas sim encarnação da minha alma. Deixai o pedaço de pão para aqueles que só de pão vivem. Nem tenhais medo de qualquer desejo pois isto mais os consolará que outra coisa vos consternará. (...) As suas palavras foram então como seguem: Sabei, todos os homens, disse ele, que as ruínas do tempo constroem as mansões da eternidade. O que significa isto? O vento do desejo sopra sobre o espinheiro mas depois vem da sarça uma rosa sobre a cruz do tempo. Prestai-me atenção agora. No ventre da mulher a palavra faz-se carne, mas no espírito do que gera, toda a carne que passa se transforma na palavra que não passará."

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