quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Hamlet, Príncipe da Dinamarca, W. Shakespeare, 1604(?)

"Teu para sempre, senhora tão amada, enquanto a máquina deste corpo for minha, Hamlet" carta de Hamlet a Ofélia interceptada por Polónio

Polónio para Laertes: "Não dês língua ao teu pensamento nem concedas o seu acto ao pensamento desmedido. Sê simples, mas de modo nenhum vulgar. Prende ao teu amor com ganchos de aço os amigos cuja escolha experimentaste. Mas não calejes a tua mão acolhendo cada novo camarada que te surja. Teme entrar numa questão, mas tendo entrado, porta-te de forma a que teu opositor te tema. Dá a muitos o teu ouvido e a poucos a tua voz. Acolhe cada censura mas reserva o teu julgamento."


Hamlet para um actor: "Também não te deves dominar demais, mas deixa que a tua discrição seja o teu guia. Ajusta a acção com a palavra e a palavra com a acção; com um cuidado especial em não forçar a modéstia da natureza. Pois tudo quanto é exagerado se desliga do objecto próprio do teatro, cuja finalidade, tanto no começo como agora, foi e é, por assim dizer, erguer um espelho em frente à natureza; para mostrar à virtude o seu próprio rosto, ao mal a sua própria imagem, e a cada século e a cada encarnação do tempo a sua forma e seu cunho..."

Rei: "(...)Para que serve a misericórdia senão para olhar de frente o rosto do pecado?"(...)