domingo, 14 de fevereiro de 2021

GALMADRUA - DAR AZO 2021 - "QUINTA"


 GALMADRUA

Paulo Galão, sax tenor - João Madeira, contrabaixo - Mário Rua, bateria "Quinta" DAR AZO parte I Imagens provenientes do live stream em 2018 na Zaratan, Lisboa. Produção: GALMADRUA e ZARATAN 2021

sábado, 10 de outubro de 2020

Golfo Místico #9 Obstinação - hoje sábado dia 10 na Zaratan, Lx

 


O ciclo de concertos dedicado à improvisação e performance Golfo Místico está de volta já este sábado, na Galeria Zaratan, na rua de S.Bento, Lx, pelas 16h30!

Com um trio muito especial: Hernâni Faustino, Mário Rua e Nuno Rebelo!!!!!
...E um novíssimo formato, não derivado da pandemia, mas de uma ideia de composição em tempo real que foi amplamente experimentada nos meus 2 últimos álbuns de música publicados, "Imaginary Folk Songs" e "Ângulo/Flama".
- Cada músico encontrar-se-á isolado dos outros num espaço restrito da Zaratan; - Não se ouvem entre si durante a performance; - Interpretarão uma espécie de "partitura" em time-line, estruturada e escrita por mim; - Essa "partitura" será inspirada por uma obra de João Mouro, que estará exposta na Zaratan; - O público estará na sala de concertos da Zaratan onde escutará do sistema de som a captação dos músicos já misturada, ouvirá o que os músicos não ouvem, o trio; - O público poderá "visitar" e ouvir cada um dos músicos no seu espaço, mas deixará de ouvir a música do trio; - A performance acontecerá 3 vezes, e mediante reserva prévia, o público escolherá a "sessão" que quererá assistir; - Cada sessão durará cerca de 30 min e haverá um pequeno intervalo entre sessões.
Isto promete!
...uma experiência única com resultados incríveis,
uma interpretação e desafio especial entre músicos muito especiais que se conhecem muito bem entre si!
Contamos convosco! Reservas por email para a Zaratan, por favor!
Sessões às 16:30 | 17:30 | 18:30
boooking@zaratan.pt
Até sábado!

quinta-feira, 9 de julho de 2020

Uma peça de cada vez - Artistas Unidos - "A Máquina Hamlet"



"A Máquina Hamlet" de Heiner Muller - 6 semanas a interpretar esta criação, entre janeiro e março deste pandémico ano! foi uma honra e um orgulho enormes, ao lado dos Artistas Unidos e de Jorge Silva Melo! Que experiência!
Podem esperar pelos frutos desta incrível experiência, e talvez nem precisem de se sentar...! 
A todos os que assistiram e ouviram também a música (e gostaram...!) - um grande obrigado! Para vocês, para breve, novidades frescas sobre desenvolvimentos musicais posteriores! 
"A Máquina Hamlet", Heiner Muller - six weeks(!), between jan and mar, in this pandemic year(!), playing my music, exclusively created for the piece! A great honour and pride, with Artistas Unidos, and Jorge Silva Melo! What an amazing experience! Very soon, for all of you, i will have good news about my work and my music and perhaps something about... the Hamlet Machine!

sábado, 6 de junho de 2020

Dom Quixote de la Mancha II, Miguel de Cervantes, 1615.

"Dizem que no próprio original desta história se lê que depois de haver Cide Hamete escrito este capítulo, não o traduziu seu intérprete como ele o escrevera, que foi um modo de queixa que teve o mouro de si mesmo por haver tomado entre mãos uma história tão seca e tão limitada como esta de Dom Quixote, por parecer-lhe que sempre havia de falar dele e de Sancho, sem ousar estender-se a outras digressões e episódios mais graves e mais aprazíveis; e dizia que o ir sempre apegado ao entendimento, a mão e a pena a escreverem de um só tema e o falar pelas bocas de poucas pessoas era um trabalho incomportável, cujo fruto não redundava em proveito de seu autor, e que por fugir deste inconveniente usara na primeira parte do artifício de algumas novelas, como foram a do Curioso Impertinente e a do Capitão Cativo, que estão como separadas da história, posto que as demais que ali se contam sejam casos sucedidos ao mesmo Dom Quixote, que não podiam deixar de se escrever. Também pensou, como ele diz, que muitos, levados da atenção que pedem as façanhas de Dom Quixote, a não dariam às novelas, e passariam por elas ou com pressa ou com enfado, sem notarem a gala e artifício que em si contêm, o qual se mostrara bem a descoberto, quando por si sós, sem se arrimarem às loucuras nem às sandices de Sancho, saíssem à luz. E, assim, nesta segunda parte não quis ingerir novelas soltas nem postiças, mas alguns episódios que o parecessem, nascidos dos mesmos sucessos que a verdade oferece, e ainda estes limitadamente e sem mais palavras que as bastantes para os declarar; e pois que se contém  e encerra nos estreitos limites da narração, tendo habilidade, suficiência e entendimento para tratar do universo todo, pede se não despreze seu trabalho, e se lhe dêem louvores, não pelo que escreve, mas antes pelo que deixou de escrever."

segunda-feira, 25 de maio de 2020

Ângulo / Flama - João Madeira & Paulo Galão


Listen HERE!

released May 25, 2020

João Madeira, double bass
Paulo Galão, saxophone and clarinet

Mix and Master by João Madeira.

Original Artwork by Nina Fraser

sexta-feira, 17 de abril de 2020

joaomadeira.bandcamp


A partir de agora, os álbuns de música em que participo podem ser adquiridos aqui, no meu novo site BandCamp! Claro que antes de os adquirirem podem ouvir! 

Recomendo-vos o novo "Imaginary Folk Songs", gravado e editado nas primeiras semanas deste tão estranho mês de abril! É um disco muito bonito, em que os laços que unem os 3 músicos na distância, para além de um método de composição explicitado no site, são audíveis, conquanto, e tanto, a música produzida se encontrou no espaço exterior, algures, em harmonia. Poderão então adquirir a versão digital, tal como os outros álbuns da minha página, no conforto dos vossos lares. Telemóvel ou computador, recomendo boa escuta, ou auscultadores!
Divirtam-se! Boas viagens! Prometo novidades (novos álbuns!) para muito breve!
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Dearest Friends,
From now on! You can achieve my music albums on BandCamp!
I recommend the new "Imaginary Folk Songs", recorded and produced during the first weeks of this strange April! It´s a beautiful record, where the cords that unite the 3 musicians in the distance, (and also a kind of composition method described in the site), ...the cords are audible, as much the music found itself together, somewhere, wherever, in harmony.
Have fun! Bon voyage musical!
I promise brand news very very soon!

quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

As Duas Fontes da Moral e da Religião - Henri Bergson, 1932.

"A obrigação, que nos representamos como um laço entre os homens, começa por ligar cada um de nós a si mesmo." (...) 
"Um ser não se sente obrigado se não for livre, e cada obrigação, particularmente considerada, implica a liberdade."

"Toda a moral, pressão ou aspiração, é de essência biológica."

quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Hamlet, Príncipe da Dinamarca, W. Shakespeare, 1604(?)

"Teu para sempre, senhora tão amada, enquanto a máquina deste corpo for minha, Hamlet" carta de Hamlet a Ofélia interceptada por Polónio

Polónio para Laertes: "Não dês língua ao teu pensamento nem concedas o seu acto ao pensamento desmedido. Sê simples, mas de modo nenhum vulgar. Prende ao teu amor com ganchos de aço os amigos cuja escolha experimentaste. Mas não calejes a tua mão acolhendo cada novo camarada que te surja. Teme entrar numa questão, mas tendo entrado, porta-te de forma a que teu opositor te tema. Dá a muitos o teu ouvido e a poucos a tua voz. Acolhe cada censura mas reserva o teu julgamento."


Hamlet para um actor: "Também não te deves dominar demais, mas deixa que a tua discrição seja o teu guia. Ajusta a acção com a palavra e a palavra com a acção; com um cuidado especial em não forçar a modéstia da natureza. Pois tudo quanto é exagerado se desliga do objecto próprio do teatro, cuja finalidade, tanto no começo como agora, foi e é, por assim dizer, erguer um espelho em frente à natureza; para mostrar à virtude o seu próprio rosto, ao mal a sua própria imagem, e a cada século e a cada encarnação do tempo a sua forma e seu cunho..."

Rei: "(...)Para que serve a misericórdia senão para olhar de frente o rosto do pecado?"(...)


domingo, 4 de agosto de 2019

Henry David Thoreau, Walden ou a Vida nos Bosques, 1854.

"Fui para os bosques porque pretendia viver deliberadamente, defrontar-me apenas com os factos essenciais da vida, e ver se podia aprender o que ela tinha a ensinar-me, em vez de descobrir à hora da morte que não tinha vivido. Não desejaria viver o que não era vida, sendo a vida tão maravilhosa, nem desejava praticar a resignação, a menos que fosse de todo necessária. Queria viver em profundidade e sugar toda a medula da vida, viver tão vigorosa e espartanamente a ponto de pôr em debandada tudo o que não fosse vida, deixando o espaço limpo e raso; encurralá-la num beco sem saída, reduzindo-a aos seus elementos mais primários, e, se esta se revelasse mesquinha, adentrar-me então na sua total e genuína mesquinhez e proclamá-la ao mundo; e se fosse sublime, sabê-lo por experiência, e ser capaz de explicar tudo isso na próxima digressão."

"À medida que uma pessoa simplificar a sua vida, as leis do universo hão-de parecer-lhe menos complexas, a solidão deixará de ser solidão, a pobreza deixará de ser pobreza, a fraqueza deixará de ser fraqueza. Se construístes castelos no ar, não terá sido em vão esse vosso trabalho; porque eles estão onde deviam estar. Agora, por baixo, colocai os alicerces."

quinta-feira, 9 de maio de 2019

Octavio Paz, O Macaco Gramático, 1974

"A poesia alimenta-nos e aniquila-nos, dá-nos a palavra e condena-nos ao silêncio. É a percepção necessariamente momentânea (não resistiríamos muito mais) do mundo sem medida que um dia abandonamos e ao qual regressamos ao morrermos. A linguagem crava as suas raízes nesse mundo mas transforma os seus sucos e reacções em signos e símbolos. A linguagem é a consequência (ou a causa) do nosso desterro do universo, significa a distância entre nós e as coisas. É também o nosso recurso contra essa distância."

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Italo Calvino, Se numa noite de inverno um viajante, 1979.

"- Eu também sinto a necessidade de reler os livros que já li - diz um terceiro leitor -, mas em cada releitura parece-me ler pela primeira vez um livro novo. Serei eu que continuo a mudar e vejo coisas novas que antes não tinha notado? Ou a leitura é uma construção que ganha forma juntando um grande número de variáveis e não se pode repetir duas vezes de acordo com o mesmo desenho? Sempre que tento reviver a emoção de uma leitura anterior, obtenho impressões diferentes e inesperadas, e não reencontro as anteriores. Em certas alturas parece-me que entre uma leitura e outra existe um progresso: no sentido por exemplo de penetrar mais no espírito do texto, ou de aumentar a distanciação crítica. Noutras alturas em contrapartida parece-me conservar a lembrança das leituras do mesmo livro uma junto da outra, entusiásticas ou frias ou hostis, dispersas no tempo sem uma perspectiva, sem um fio que as una. A conclusão a que cheguei é de que a leitura é uma operação, sem objecto; ou que o seu verdadeiro objecto é ela própria. o livro é um suporte acessório ou inclusivamente um pretexto."



...


(...o romance mais assombroso e genial que alguma vez li!)

domingo, 18 de novembro de 2018

Estreia: Parece que o Mundo, 22,23 e 25 no Teatro S.Luiz



Estreio na próxima quinta "Parece que o Mundo":

A coreógrafa Clara Andermatt junta-se ao pianista e compositor João Lucas, seu colaborador de longa data. Uma cumplicidade criativa em permanente atualização, alimentada pelo questionamento das relações expressivas entre o movimento e a música. Parece que o Mundo, inspirado na obra Palomar, de Italo Calvino, é uma montra que nos aproxima do mundo que observa e é observado. Conjugando intuição e pensamento metódico, a atenção às coisas movimenta-se pela imensidão daquilo que parece – quer nas relações mais amplas com o cosmos ou com o infinito, quer no âmbito mais restrito das observações quotidianas, construindo os seus símbolos e os seus significados. Com um elenco de bailarinos e músicos, esta peça, tal como a obra que a inspira, movimenta-se em três planos distintos: o da observação, o da narrativa e o da meditação.

DIREÇÃO Clara Andermatt COCRIAÇÃO Clara Andermatt e João Lucas INTÉRPRETES Ana Moreno, Felix Lozano, Gil Dionísio, Joana Guerra, João Madeira, Jolanda Löellmann e Liliana Garcia CENOGRAFIAArtur Pinheiro FIGURINOS Ana Direito DESENHO DE LUZ José Álvaro Correia BANDA SONORA ELETRÓNICAJonas Runa PRODUÇÃO EXECUTIVA ACCCA – Companhia Clara Andermatt APOIOS O Espaço do Tempo, Musibéria, Estúdios Vítor Córdon CNB-TNSC, Jazzy Dance Studios, Playbowling de Cascais, Teatro do Bairro APOIO À DIVULGAÇÃO Antena 2, Lisbon Arte Hotel COPRODUÇÃO Cine-Teatro Louletano, Teatro Municipal do Porto,  Companhia Clara Andermatt e São Luiz Teatro Municipal

foto:Estelle Valente

domingo, 23 de setembro de 2018

"sem palavras nem coisas", António Franco Alexandre, 1974.


https://www.youtube.com/watch?v=1BNiOfHy9Fk

Desde Janeiro temos estado a trabalhar António Franco Alexandre, alojados
em sem palavras nem coisas. Cientes da sua construção até ao ínfimo e de
que desejaríamos um espectáculo como o poema, críptico e epifânico.
Dialógico, entre os metais e as madeiras dos nossos instrumentos.
Guiou-nos primeiro a percepção de uma música a intuir no verso, mediante um
processo de cristalização tonal do discurso. Não menos importante, o mergulho
livre no corpo lexical que o autor visita e comuta: fomos pálpebra, flanco,
mansidão, noite espessa, veias abertas, redes mornas, asas misturadas.
Largas doses de especulação musicológica acabaram em abandono perante a
força de muito do que produzíramos espontaneamente, sempre que soubemos
ouvir. Discernir o tema, continuar a ouvi-lo, cada um na sua cidade, em diferido.
Aceitar que o tema nos escolhe. Reiterar-lhe o nome: mansidão dos pulsos ou
acendo o amor.
Houve um tempo grato, quase luxuoso, de repetição e miscigenação, e um
menos grato, divisivo e mental. Por via da composição em tempo real, escuta e
decantação, chegámos a este sem palavras nem coisas e a uns quantos
possíveis lados b. O decisivo do trabalho, fizemo-lo no Laboratório de
Computação Sonora e Musical da FEUP e no O'Culto da Ajuda, sede da Miso Music. Agradecemos
aos nossos interlocutores, Rui Penha e Miguel Azguime; se nos lançamos hoje
em assalto à beleza, entre o plano e o acidente, é também por vossa causa.
João Madeira
Constança Carvalho Homem
Setembro, 2018
YOUTUBE.COM
de João Madeira e Constança Carvalho Homem a partir de António Franco Alexandre O’culto da Ajuda Miso Music Portugal art music centre because…