sábado, 8 de julho de 2017

Gilberto Mendonça Teles, Falavra, 1972.

"As palavras engendram suas próprias
aventuras no espaço. Sendo neutras,
circulam como sombras devolutas
surpresas nos seus altos ministérios.

De vez em quando saltam novas ordens
desses seres volúveis que se alinham
noutro nível,
                    por entre a voz do que é
e a franja do mistério que se instaura
e transparece, arbitrário.

Ante os nervos das cordas e dos tímpanos
uma Falavra - folhiflor - desliza
motivada na linguagem,
                                       rio
calcá
         rio que atravessa e executa
a solidão humana."