terça-feira, 18 de outubro de 2011

Thomas Mann, Doutor Fausto, 1947. Parte II

"Todos desataram a rir, incluíndo Adrian que, no entanto, conservava no teclado as mãos cerradas, inclinando a cabeça por cima delas. - Oh P.!, tu és muito burro! - disse B. - Ele improvisava. Será que não consegues compreender isso? São coisas que ele inventou de um instante para o outro. - Como é possível inventar de uma só vez tantos tons, à direita e à esquerda? - defendeu-se P. - E como pode ele afirmar que não é nada, embora toque aquilo? Não se pode tocar o que não existe. - Pode-se, sim - replicou B. conciliadoramente. - É possível tocar o que ainda não existe."

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